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Mulher condenada por prostituir a filha em Monte Aprazível é retratada na série 'Tremembé'

Apresentada como Cássia e "guarda-costas" de Anna Carolina Jatobá na série, mulher foi condenada por oferecer a filha de apenas 11 anos em troca de dinheiro; garota fugiu de casa direto para a sede do conselho tutelar para denunciar a mãe

por Marco Antonio dos Santos
Publicado há 5 horasAtualizado há 1 hora
A personagem Cássia é baseada na história real de uma mulher que prostituiu a filha em Monte Aprazível (Reprodução/Instagram)
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A personagem Cássia é baseada na história real de uma mulher que prostituiu a filha em Monte Aprazível (Reprodução/Instagram)
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Uma mulher condenada a 20 anos de prisão por prostituir a própria filha, à época de 11 anos, em Monte Aprazível é uma das personagens retratadas na série "Tremembé — A prisão dos famosos", produção da Prime Video que lidera o ranking das mais assistidas na plataforma.

Na obra, a condenada aparece com o nome fictício de Cássia, inicialmente como inimiga de Anna Carolina Jatobá, antes de se tornar sua "guarda-costas" dentro da penitenciária. Na série ela é interpretada pela atriz Anna Dias.

Em cumprimento ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em proteção à identidade da vítima, o Diário não vai divulgar o verdadeiro nome da condenada.

O caso que inspirou a personagem ocorreu em 2010, quando a mulher foi presa acusada de obrigar a filha a manter relações sexuais com o próprio namorado e de explorá-la sexualmente com outros homens, em troca de dinheiro ou drogas. Segundo o inquérito conduzido pela Delegacia de Monte Aprazível, a menina era ameaçada de ser expulsa de casa se não obedecesse.

A violência foi descoberta após a vítima fugir e denunciar o caso ao Conselho Tutelar. A mãe e o namorado foram presos em maio de 2011. De acordo com o delegado João Lafayette Sanches Fernandes, que chefiava a Delegacia de Defesa da Mulher à época, a investigação exigiu o acompanhamento de uma psicóloga para ouvir o depoimento da criança.

“Foi um dos casos mais complexos em que trabalhei. Tivemos de garantir todos os cuidados durante o depoimento e acionar o Ministério Público após as oitivas”, relembrou o delegado, hoje responsável pela Seccional de Catanduva.

Durante o inquérito, a mãe tentou convencer a filha a retirar a denúncia, mas a menina recusou-se e foi morar com a avó paterna, uma das testemunhas do processo. A mulher foi condenada a 20 anos por estupro de vulnerável, crime classificado como hediondo.

Atualmente, a mulher está no regime aberto, vivendo em Ouroeste, monitorada por tornozeleira eletrônica, com restrição de circulação noturna, devido a outro crime cometido. No último dia 8 de outubro, foi registrada uma violação do equipamento, e o caso passou a ser apurado pela Vara de Execuções.

O Diário entrou em contato com o advogado da mulher, mas até o fechamento do texto ele não havia retornado ao pedido de entrevista.